A gente vai citar aqui algumas e não todas as profissões onde os trabalhadores aposentam mais cedo e isso está descrito em lei. Afinal, estamos falando da aposentadoria especial aqui no Brasil, que nada mais é do que a redução do tempo de trabalho por alguns motivos.
Por exemplo, pode ser porque o trabalhador lida com produtos perigosos diariamente e outros fatores que entram nessa questão da saúde e do risco do trabalho. No entanto, com a Reforma da Previdência, algumas regras mudaram. E nós vamos falar disso antes, só que rapidamente.
A mudança da aposentadoria especial com a Reforma da Previdência
A principal mudança que aconteceu foi no tempo de contribuição mínimo. Ou seja, antes a pessoa que tinha a aposentadoria só precisava comprovar os anos que atuou no “cargo perigoso” e isso variava de 15 anos até 25 anos.
Hoje, a variação se mantém a mesma, sendo de 15, 20 ou 25 anos. No entanto, além disso, há uma contribuição mínima que tem que acontecer. Além do que há uma idade mínima para o segurado especial que vai se aposentar pelo INSS. Para ficar mais fácil, fizemos tópicos:
- Atividade de baixo risco exige 25 anos de contribuição e 60 anos de idade;
- Atividade de médio risco exige 20 anos de contribuição e 58 anos de idade;
- Atividade de alto risco exige 15 anos de contribuição e 55 anos de idade.
Ou seja, para ter direito a aposentadoria especial é preciso considerar não apenas os anos de trabalho com os nocivos à saúde, mas também o tempo de contribuição e a idade mínima. De fato, esse foi um dos públicos mais afetados pela mudança na lei da aposentadoria.
O exemplo prático de um metalúrgico
Vamos considerar aqui, rapidamente, um exemplo, para você entender essa mudança. Pense em um metalúrgico. Ele entra no risco baixo de atividade. Assim, se começou a trabalhar aos 20 anos, ele poderia se aposentar aos 45 anos (25 anos de atividade).
No entanto, agora não vai poder mais. Isso porque ele precisará ter, ao menos, 60 anos de idade para conseguir a aposentadoria especial. Ou seja, ele precisará trabalhar por mais 15 anos para ter direito a aposentadoria.
Para especialistas da área da saúde, esses profissionais ficaram sem “proteção social”. A mesma situação poderia ser usada no caso da enfermeira, que também entra em atividades de baixo risco na aposentadoria especial.
A mudança no valor da aposentadoria, também
E só para fechar essa primeira parte do texto, considere que antes essas pessoas recebiam, como todo mundo, 80% dos maiores salários registrados.
Agora, com a nova mudança, eles vão receber 60% da média de todos os salários e mais 2% de cada ano que exceder os 20 anos de contribuição ao INSS.
No caso de quem é de alto risco, esses 2% é para quando exceder os 15 anos de contribuição com o INSS. Por isso, quem tem o direito a aposentadoria especial deve procurar um advogado para saber se vale a pena aguardar ou antecipar a aposentadoria.
As profissões em que os trabalhadores aposentam mais cedo
E assim nós chegamos ao tópico principal do artigo. Só que antes de começarmos também há recomendações de leitura. Até hoje, o INSS tem uma lista com 65 profissões que entram na aposentadoria especial.
E a divisão é feita com base nos níveis de atividade, que podem ser de baixo ou alto risco. As de alto risco são apenas 7, como de britador, cavouqueiro, mineiro de subsolo, etc. Depois, tem mais 10 que fica nas de médio risco. E o restante, maioria, é na de baixo risco.
Agora, para que a gente fosse mais justos, encontramos um meio de citar aqui as profissões com mais gente interessada no nosso país. Ou seja, não falaremos apenas das que tem mais risco e sim das profissões que mais são procuradas em cursos, por exemplo.
1 – Bombeiro
O bombeiro é uma das profissões mais conhecidas e históricas do mundo. Uma boa parte das crianças sonham com ela. Só que a gente sabe que o trabalho não é apenas sobre apagar incêndios, certo? Ele tem uma profissão de baixo risco.
O profissional pode ser civil ou militar, por exemplo, sendo que possui atuações e salários diferentes. Um bombeiro pode começar a carreira ganhando R$ 1,8 mil e chegar ao fim dela com valor de mais de R$ 3,2 mil. A média nacional fica em R$ 2,2 mil.
Para ser bombeiro não é preciso fazer faculdade, no entanto, é preciso de cursos de formação. O bombeiro civil atua em empresas privadas, evitando acidentes e prestando os primeiros socorros. O bombeiro militar é concursado.
2 – Dentista
A carreira de odontologia é outra de baixo risco (25 anos para aposentadoria especial e mais a idade mínima e de contribuição). O profissional tende pessoas na busca pela melhor saúde bucal, podendo atuar na prevenção e tratamento de doenças também.
Para os dentistas recém-formados, o salário parte de R$ 1,5 mil no Brasil. Já quem tem experiência pode ganhar mais do que o dobro disso. No entanto, a Catho diz que dependendo da região, a média salarial fica em R$ 3,4 mil para dentistas experientes.
Para ser dentista, além da graduação em odontologia, é preciso ter registro no CRO, que é uma espécie de conselho dos profissionais.
3 – Enfermeiro
O enfermeiro tem um campo de trabalho muito variável no mundo todo. Ele pode atuar em parceria com outros profissionais, como médicos e fisioterapeutas. Pode trabalhar em unidades de pronto atendimento, prontos-socorros, ambulâncias, autônomos, hospitais, etc.
E considerando todas as variáveis, ele tem um salário médio no Brasil que é de R$ 2,8 mil mensais sem contar os benefícios do tipo de contratação. Para se ter ideia, o enfermeiro plantonista ganha R$ 2,6 mil.
Geralmente, eles são formados na graduação de enfermagem mesmo, em um curso que dura 4 anos. Há ainda o curso técnico, que forma o auxiliar de enfermagem. Só que nesse caso, ele não entra na aposentadoria especial, somente o enfermeiro da graduação.
4 – Jornalista
Apesar de ser uma profissão que tem perdido força devido à internet e suas múltiplas formas de criar conteúdo, o jornalista ainda é uma profissão histórica que tem importância para muita gente. Ainda se ouve jovens dizendo que vão cursar jornalismo.
O curso de graduação de 4 anos pode formar pessoas para trabalhar em várias áreas, ainda mais com as novas tecnologias, na internet. Em grandes empresas, eles podem ganhar pouco acima dos R$ 3 mil. Já em pequenas empresas, o salário parte de R$ 1,8 mil.
Ele entra na tabela de profissões de baixo risco devido ao fato de enfrentar perigos quando está no campo de trabalho, como em guerras, por exemplo. Antes da lei, ele poderia se aposentar com 30 anos de profissão, independentemente do tempo de contribuição.
5 – Gráfico
A indústria gráfica pode expor o trabalhador devido ao uso de elementos químicos, como as tintas. Por isso, o gráfico entra também como profissional de baixo risco que tem direito a aposentadoria especial no Brasil. Ele pode ser cortador gráfico ou chapista, por exemplo.
Um profissional que tenha cargos auxiliares em gráfica ganha em torno de R$ 1,5 mil conforme a Glassdoor. Mas, há empresas grandes pagando mais do que o dobro disso.
6 – Metalúrgico
Além do metalúrgico, o soldador também entra nessa lista, viu. É o profissional que trabalha na indústria de metalurgia, isto é, com metais. Antigamente, ele era chamado de ferreiro e mais tarde ganhou subcategorias como de funileiro, cuteleiro, serralheiro, ourives.
A média salarial dele no Brasil é de R$ 1,8 mil, sendo que ele parte da carreira ganhando um pouco menos do que isso. Para aprender a profissão, o meio mais usado é através dos cursos técnicos, que estão disponíveis em instituições como o Senai.
7 – Motorista
Aqui entra o motorista de ônibus e o de caminhão que carrega acima de 4 mil toneladas. Aliás, os tratoristas de grande porte também se aposentam mais cedo, com 25 anos de atividade ou aquela idade mínima de 60 anos, como falamos acima.
No nosso país, o motorista de ônibus ganha uma média de R$ 2,1 mil com carteira assinada ao trabalhar para empresas de transporte interurbano ou interestadual, por exemplo. Ele precisa ter CNH e habilitação em categorias além da A e B.
Ele ganha o direito a aposentadoria porque o trabalho se enquadra no quesito de insalubridade devido a exposição a vibrações durante a jornada de trabalho, por exemplo.
Outras profissões conhecidas com direito a aposentadoria
Além dessas 7 profissões que citamos acima, saiba que existem muitas outras que também possuem o direito de se aposentar mais cedo, ainda que isso tenha perdido parte da vantagem com o novo acordo da Reforma Previdenciária.
Entre as profissões, a gente lembra do eletricista que trabalha com mais de 250 volts, o aeroviário, o químico industrial, o maquinista de trem, o médico, o mergulhador, o técnico de laboratório de análises ou de químicos, o operador de caldeira, o de raio-x, o pescador, etc.
