Desarmador de Bombas – essa profissão existe ou é só em filmes?

O profissional que desarma bombas está listado como um dos que mais arriscam a vida em prol do trabalho no mundo todo. Ele se divide em várias especialidades e uma delas é a de desarmar minas terrestres também, o que torna o serviço visto aquele que precisa de “sorte”.

Alguns estudos e dados históricos mostram que em um período curto de espaço (algo como 6 anos) mais de 500 trabalhadores perderam a vida nessa profissão. Atualmente, a conversa mudou um pouco porque há tecnologia muito avançada por trás. E vamos falar mais disso.

Desarmador de Bombas – essa profissão existe ou é só em filmes?
Foto: (reprodução/internet)

O desarme de bombas antes da tecnologia

Antes de quaisquer recursos tecnológicos, na internet mesmo, encontramos várias histórias que mostram os riscos que soldados corriam ao analisar e avaliar as bombas que não explodiram. Há relatos e fotos sobre isso que mostram o risco da profissão

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Foto: (reprodução/internet)

Um soldado britânico chegou a avaliar uma bomba alemã que falhou em 1940 e para isso ele usa uma picareta. Já em 1959, em Londres, peritos desenterraram bombas às margens do Rio Tâmisa, que foram jogadas durante a Segunda Guerra.

Em outros casos, dá para ver peritos avaliando uma bomba como se fossem médicos ouvindo o coração de um paciente. Isso em Argel, em 1940. Assim, os trajes passaram a ser usados após tantas mortes, em 1933. Mas, eles eram um tipo de anti-impacto e nada além disso.

A tecnologia como aliada do profissional

Atualmente, especialmente após os anos de 2000, os soldados passaram a usar a tecnologia como aliada para fazer as inspeções em bombas. Especialmente, os robôs, como são mostrados em filmes – no último tópico falaremos de um filme em especial.

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Foto: (reprodução/internet)

Os robôs possuem câmeras e os soldados podem avaliar os artefatos a partir dele. Eles podem pegar um fio explosivo a longa distância. Além disso, é um acessório leve, de pouco mais do que 20 quilos.

Atualmente, o Cobham tEODor é o principal robô antibombas que existe no mundo. Ele é um modelo de duas esteiras de aço e um braço robótico maleável. Tem transmissor de rádio e de TV, computador interno e está preparado para altas temperaturas também. 

As roupas antibombas

Além dos robôs, hoje há trajes muito mais específicos para esses profissionais. Elas possuem ventilação própria e peso de 80 quilos. É chamada, aliás, de traje antifragmentação e é usada apenas por agentes do Esquadrão Antibombas da Brigada Militar de alguns países. 

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Também tem proteção balística, térmica e antichamas. É um dos itens de segurança mais sofisticados do mundo. Tem placas de cerâmica, que é como um colete a prova de balas. No capacete também tem sistema de ventilação e no braço tem o sistema de controle. 

Em alguns países, somente militares podem usar a roupa e quando fazem parte do Esquadrão de Bombas. Em outros, há a liberação para casos de operações especiais, quando o profissional passa por uma espécie de curso de curto período. Falaremos a baixo dos cursos.

Como as bombas explodem

Para quem não entende muito bem de bombas, como nós, saiba que temos aqui algumas explicações que vão nos orientar melhor sobre isso. A detonação de uma bomba acontece em um processo físico-químico. 

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Ou seja, uma onda de choque é colocada em movimento e o material explosivo é estimulado para ser detonado. Logo, a química aumenta a sensibilidade. O que quer dizer que em situações mais quentes, elas podem explodir “mais rapidamente”. 

Isso explica, por exemplo, porque não se deve deixar munições expostas ao sol. Até mesmo porque dependendo das mudanças químicas, a explosão pode acontecer em uma espécie de “auto detonação”. E isso torna o trabalho do desarmador extremamente arriscado.

Quem é Horst Lenz

Aqui, queremos trazer uma história interessante de um desarmador de bombas profissional que é um alemão que é chamado mais de 1 mil vezes por ano. O motivo? Ele é especialista em desarmar bombas da Segunda Guerra Mundial

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Foto: (reprodução/internet)

Isso porque entre os anos de 1940 e 1945 cerca de 2,7 milhões de toneladas de bombas foram lançadas por forças americanas e britânicas na Europa. E metade desse total foi para a Alemanha. Curiosamente, há mais ou menos 250 mil bombas que ainda não explodiram. 

E desse total que ainda pode explodir, uma boa parte está escondida embaixo da terra. Sobre Horst, ele desarma bombas desde 1984, sendo hoje o diretor do Serviço de Remoção de Explosivos. Em 2018, ele e a equipe encontrou mais de 63 bombas não detonadas. 

O que Lenz diz sobre a profissão

Horst Lenz disse, em algumas entrevistas, que para se tornar um profissional que desarma bombas é preciso um treinamento que acompanha profissionais da área. Ele é formado no exército alemão em Meppen. Os estudos de metalurgia é um diferencial, na opinião dele.

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Sobre os riscos da profissão, ele discorda um pouco ao dizer que “toda profissão envolve riscos”. E completa: “eu acho que a probabilidade de ser morto como motorista de caminhão não é menor do que a minha profissão”

Ele também é polêmico sobre a tecnologia usada para desarmar bombas. “Há uma confiança excessiva na tecnologia, o que é um erro. Na maioria dos casos que eu vi não teve, nem sequer, melhorias na segurança”. 

A russa que desarma bombas

Recentemente, saiu na mídia a história de uma russa, que é a única mulher do país, que também desarma bombas. Galina Slesareva serve o Ministério de Situações de Emergência da Rússia, em Obnisk. É a Soldado Jane ou, simplesmente, a Dama de Ferro.

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Ela é a única mulher que atua na profissão e conseguiu isso após ter 100% de aprovação no teste de adequação a profissão. Ela já foi cadete e praticou tiro de precisão também. Depois, passou no exame de desarmadora de bombas e começou a trabalhar como instrutora. 

E em várias entrevistas, ela sempre dá a mesma resposta: “foi a profissão que me escolheu”.

Quem pode ser um desarmador de bombas

É natural que um militar do exército seja um especialista em desarmar bombas. No Brasil, por exemplo, esse militar interessado na profissão precisará de fazer alguns cursos. Na verdade, são dois cursos, sendo de operações especiais e de explosivista. 

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Ambos possuem caráter técnico e podem durar até 6 meses, na média. Curiosamente, além de formar a equipe de Esquadrão Antibombas, eles podem atuar também na remoção de explosivos que não são detonados em assaltos a bancos, por exemplo. 

A partir disso, dá para saber sobre o salário dessa profissão, mas não de forma muito precisa. temos que considerar o aslário base de um militar e a partir disso, lembrar que há a soma pela especialidade das bombas. E isso tudo varia conforme o estado do país.

O Esquadrão Antibombas no Brasil

Para exemplificar também para outros países, vamos tomar como base no Brasil. Atualmente, a parte de desarmar bombas fica com o Esquadrão Antibombas, que é da Polícia Militar de Minas Gerais e foi criado em 1992. É do BOPE e do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate).

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Foto: (reprodução/internet)

O grupo é formado por um capitão, um tenente e mais quatro sargentos que ficam à frente da equipe de operação. E cada equipe tem ainda mais quatro cabos. Para quem tem o interesse, dá para entrar no Esquadrão após um estágio, que dura um ano e os cursos.

As viaturas usadas por eles também são antibombas e eles possuem trajes especiais, além de tecnologia como de raio x portátil, canhão disruptor, entre outros. 

O dia a dia

Também no Brasil, o dia a dia desses militares envolve o isolamento do lugar, sendo esse o primeiro passo que acontece após o chamado. Lembrando que eles são chamados apenas quando o artefato ainda não explodiu.

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Foto: (reprodução/internet)

Depois, eles avaliam os riscos para tomar a melhor decisão. Isso porque a ameaça pode ser acionada por diversos meios elétricos. 

Para entender mais da profissão: Guerra ao Terror

Guerra ao Terror é um filme que foi lançado em 2010 e pode ser que você já tenha visto. Ele tem pouco mais do que 2 horas de duração e é de guerra, de ação e de drama. O que você pode não ter notado é que mostra bem o trabalho de quem desarma bombas. 

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Foto: (reprodução/internet)

Veja só um trecho da sinopse: “uma equipe integra o esquadrão antibombas do exército americano. Eles estão no Iraque para trabalhar na destruição de um explosivo. Entretanto, o artefato explode e mata um deles”.

Atualmente, o filme pode ser visto no Amazon Prime Video, que é um serviço de streaming da Amazon. Na maioria das críticas, sejam pessoas comuns ou especialistas em cinema, o filme foi bem recomendado com uma nota acima da média. 

Os Oscar de Guerra ao Terror

O filme venceu vários Oscar, como de melhor filme, melhor diretor (Kathryn Bigelow), melhor edição e montagem, melhor roteiro original, melhor som e melhor edição de som. 

Além disso, foi indicado ao Oscar de melhor ator (Jeremy Renner), melhor fotografia e melhor trilha sonora. Há ainda BAFTA de melhor filme, melhor diretor, melhor fotografia, melhor edição, melhor roteiro original e melhor som.