Usar mais o e-mail do que o telefone, obedecer ao líder sem dar muitas opiniões, inserir a sua religião no currículo de emprego? Tudo isso vai soar estranho para você, se for alguém que more no Ocidente. Mas saiba que na Ásia é bem comum de acontecer.
E lembrando que esse continente é o maior do mundo em vários sentidos. Abaixo, nos 9 próximos tópicos você vai ter uma espécie de “choque cultural” para conhecer mais das relações de trabalho e do mercado da Ásia.
9 – O uso de telefone é menos comum
Essa é uma tendência que segue o mundo todo, de fato. No entanto, na Ásia ainda mais. O que queremos dizer é que usar o telefone lá é bem raro quando se trata de mercado de trabalho. Ou seja, a maior parte da comunicação empresarial vem dos e-mails ou outras redes sociais.
Há, inclusive, empresas e regiões criando redes sociais para empresas, sabe? Mas vamos falar do que é realmente atual e comum: o uso de e-mails. Isso é bom porque deixa registrado ali todo pedido, oferta, conversa. Sem contar que todo trabalhador tem um e-mail.
Sendo assim, o que se espera é que a pessoa não demore muito para ver a mensagem que recebeu. E se você demorar para responder, ela vai te ligar, mas não para falar do que precisa e sim para dizer “olha o seu e-mail, que eu mandei uma mensagem para você”. Entendeu?
8 – Os anos de trabalho contam muito
Ou seja, estamos falando da experiência. O que quer dizer, na prática, que a escalada dentro de uma empresa ou pensando em cargos vai respeitar os vários anos de serviço que a pessoa tem na vida, na carreira, no currículo.
Sendo assim, especialmente no Japão, as pessoas recebem promoções com base nos anos de serviço. Por isso, é bem comum que o profissional fique a vida toda em um único lugar ou empresa, o que é mais raro de acontecer em países do ocidente.
É por isso também que ainda há uma grande resistência em ser “liderado” por pessoas mais jovens, já que a maioria dos funcionários não compram a ideia de que aquele jovem possa ser um líder. Mas hoje isso tem buscado outros caminhos, como o foco no resultado também.
7 – A religião relacionada ao trabalho
Pode não parecer, mas saiba que os orientais podem ver uma relação direta entre a religião e os postos de trabalho. Se a gente pegar um país específico, a Indonésia, isso fica ainda mais visível. Sendo assim, ele é o país com maior número de muçulmanos do mundo.
E o que isso quer dizer na prática? Pode dizer muito ou não dizer nada. Mas, se você fizer um estudo mais simétrico, vai ver que essa religião liga diretamente as atividades de trabalho de cada religioso. Ainda não entendeu, não é mesmo? Vamos usar um exemplo real.
Um líder deve comparecer a todos os escritórios da empresa fazendo o reconhecimento do jejum de um período, que lá é chamado de Ramadã. Aliás, se você vai enviar a o seu currículo para trabalhar na Indonésia deve colocar a religião escrita lá também.
6 – O poder de quem chefia na Ásia
Se por um lado a gente tem um trabalhador que tem chances de crescer na empresa, com a sua experiência e tempo de serviço, saiba que por outro um chefe ou líder é praticamente alguém que não pode ser questionado. Ou seja, há uma rigidez nessa estrutura.
Se na cultura ocidental a gente tem o costume a falar abertamente com o líder, dando sugestões ou mesmo fazendo questionamentos, saiba que lá na Ásia não é bem assim que as coisas funcionam, viu. E isso não vale apenas para relações internas.
Por exemplo, ao pedir uma entrega ao fornecedor, ele pode dizer que vai entregar, mesmo sabendo que não conseguirá fazer isso no tempo estimado. Assim, você acaba correndo o risco de não receber a mercadoria. É uma relação de trabalho diferente do restante do mundo.
5 – Os países da Ásia para estrangeiros
Esse tópico é bem legal para quem está pensando no mercado de trabalho da Ásia, sendo que ainda não está lá. Ou seja, estamos falando do estrangeiro. É só falar em Ásia que todo mundo pensa em China, Japão e Coreia, certo? Mas há outros países que podem ser incríveis.
Por exemplo, a Índia é um país enorme em vários sentidos, como na cultura. Tem ainda as Maldivas, Singapura, Indonésia, Hong Kong. Aliás, Hong Kong tem sido um dos destinos mais buscados para quem quer migrar de país, já que tem um custo de vida barato.
Tem ainda as Filipinas, Malásia, Paquistão, Uzbequistão, Irã, Arábia Saudita, Israel, Afeganistão, Camboja, Bangladesh, Nepal, Mongólia, Laos, Iraque, Armênia, Sri Lanka, Coreia do Norte e Macau. No entanto, esses últimos citados ainda passam por guerras civis.
4 – As oportunidades da mão de obra barata
Outra curiosidade que causa muita confusão nas pessoas é sobre o trabalho. É claro que o povo ocidental tem a visão da Ásia como Continente de Terceiro Mundo. Porém saiba que há algumas áreas de trabalho que focam em mão de obra barata.
Isso porque há companhias que exploram as riquezas naturais dos países asiáticos, assim, valem-se do custo dessa mão de obra. Um exemplo é sobre a área da mineração, que apesar de ser menos rentável, é uma das que mais empregam em vários países de lá.
Tanto é que entre os países produtores de minerais, a gente tem a China, que tem petróleo, carvão, ferro, chumbo, zinco, mercúrio. Já a Índia tem reservas de ferro, carvão, mica e manganês. No sudeste do continente há estanho, nível, zinco, com destaque para Indonésia.
3 – O agronegócio no mercado de trabalho asiático
Outro ponto bacana de ser estudado é que além dessa mão de obra barata que vem da mineração, a Ásia também tem muitos postos de emprego na agropecuária, sendo que a agricultura é difundida em praticamente todos os países do continente.
A região toda é forte na produção e no cultivo de arroz, de trigo, da cevada, do milho. Inclusive, a China é um dos maiores produtores de grãos do mundo. Sem falar dos cereais, dá para pensar ainda no fumo, no chá, na juta, no algodão, borracha, pimenta.
Já o Japão tem o cultivo de amoreira e tecidos. A pecuária também é forte se a gente pensar os animais de pequeno porte, como suínos, ovinos e, por fim, também dá para falar dos bovinos. Lembrando que devido ao hinduísmo, esses animais são sagrados em algumas regiões.
2 – A indústria forte da Ásia
Agora sim, talvez esse tópico nem seja uma curiosidade. Mas considere que se você pensa que a Ásia é o berço da tecnologia, você está completo de razão. Apesar de os Estados Unidos e a Europa serem muito incríveis também, a Ásia tem o seu ponto forte.
Isso porque o Japão é considerado como um dos países mais desenvolvidos do mundo. Isso vem após a Segunda Guerra Mundial, que fez surgir a adoção de várias medidas internas, que influenciaram o desenvolvimento industrial do país. Hoje, o Japão é uma potência.
Sendo assim, em termos de mercado de trabalho, considere que há um parque industrial muito amplo, diversificado, que vai desde a produção de navios até automóveis e produtos elétricos e eletrônicos. Além dos Japão, Cazaquistão e Índia também tem partes industriais.
1 – Os tigres asiáticos
Para fechar o texto com os 9 tópicos, a gente quer falar também dos tigres asiáticos. Lembra que a gente comentou que a Ásia vai além da China e Coreia? Então, eles fazem parte dos tigres asiáticos, porém, além deles, ainda temos Hong Kong e Singapura.
Mas, o que isso quer dizer? Que são países com taxa de crescimento econômico e industrial mais elevada se comparada com o restante do mundo. Isso dá um saldo na balança comercial muito positivo, já que os países se tornam exportadores.
Por outro lado, países como Mongólia e outros do oriente médio são considerados bem menos atrativos do ponto de vista da tecnologia e da industrialização. Sendo assim, acabam sendo opções para quem ainda não tem uma formação curricular mais atrativa.
Estudar na Ásia
Vamos terminar o texto falando que também existe a opção de estudar na Ásia. Essa tem sido uma ótima opção de escolha para quem quer estudar no exterior, aprender um novo idioma e fazer cursos como MBA.
Sendo assim, há vários programas estudantis disponíveis lá e em países que já foram citados aqui, como o Camboja, Índia, Vietnã e outros como Malásia, Taiwan. Mas os grandes campeões são: Tailândia e Japão, que possuem mais estrutura para estudantes.
A Worldpackers
A Worldpackers é uma plataforma que une pessoas de vários países. A ideia é ter espaços compartilhados, seja de trabalho ou de estudo. Por isso, a plataforma está sempre informando sobre oportunidades de emprego em países asiáticos. Na página oficial, indicam várias opções, como para trabalhos voluntários, semanais, contratuais e muito mais.