A arte de ler as linhas das mãos tem nome: quiromancia. O objetivo é encontrar indícios sobre o futuro de uma pessoa. Por isso, estamos diante de uma pseudociência (algo baseado em fatos, porém, sem comprovação cientifica). A quiromancia é uma arte mundial.
A palavra deriva do grego e quer dizer a “profecia da mão”. Na prática, nós temos um método de adivinhação ou de interpretação de sinais baseados nas linhas que ficam dispostas nas palmas das mãos. Também se avalia o formato das mãos, assim como tamanho e textura.
Dá mesmo para acreditar na quiromancia?
Para começo de conversa, a gente tem que definir um ponto. A nossa ideia é trazer informações sobre um assunto que é muito marginalizado no mundo. Porém, a quiromancia entra em assuntos da categoria de pseudociência. O que é isso?
São temas que não podem ser explicados de forma cientifica ainda que aconteçam ou existam. Bom, se ele não pode ser comprovado, então, é falso? Na verdade, não. Para se ter uma ideia, considere outros assuntos que também fazem parte da pseudociência.
O espiritismo é um deles, assim como a astrologia. O mesmo vale para o design inteligente, a ufologia, a homeopatia e a grafologia. Ou seja, são temas que ainda não puderam ser provados, mas que de um modo ou outro fazem parte da nossa vida no dia a dia, não é?
Qual é a crença da quiromancia
A interpretação da leitura varia de escola para escola e de região para região. Mas, o fato é que todas as vezes, o que se busca é descobrir o passado ou até mesmo o futuro das pessoas. Assim como tendências e potencialidades.
E por que isso poderia ser bom? Para auxiliar na prevenção de problemas de vários temas ou áreas. Ou seja, é a partir desse conhecimento que se pode mudar a trajetória do que vai acontecer ou, simplesmente, evitar os problemas.
A quiromancia vem da Índia e existe há pelo menos 5 mil anos. Foi praticada por muito tempo na China, no Tibete, na Pérsia, na Mesopotâmia e no Egito. As lendas contam sobre o filósofo grego Aristóteles, que dizia que a mão era o principal órgão do corpo.
A adivinhação a partir das mãos
Bom, novamente para quem ficou desconfiado, a gente vai trazer outros exemplos de estudos e atividades de adivinhação que fazem parte do dia a dia. Vamos lá.
A quiromancia é a adivinhação com a leitura das mãos. A astrologia com o estudo dos corpos celestes. A cartomancia pelas cartas. A geomancia pelos pontos vitais da Terra. A piromancia pelo fogo. E a onomancia pelos nomes, entre outros.
De Aristóteles para Alexandre e para o mundo
Há quem diga que foi Aristóteles que ensinou Alexandre o Grande, seu pupilo, a ler as mãos das pessoas. E Júlio César acreditava que teria habilidade para decifrar as palmas das mãos que julgava os homens pela aparência das mãos – também com a quiromancia.
Mas, leve em conta que essa é uma prática muito tradicional da Eurásia (Europa e Ásia). Tanto é que um dos nomes mais estudados atualmente é o de Yoshiaki Omura, que é um acupunturista que teve origens em livros da astrologia hindu e nos videntes, os ciganos.
Outro nome é do sábio Valmiki, que escreveu os “Ensinamentos do sábio Valmiki sobre quiromancia humana”. Então, basicamente, da índia a arte foi para os outros países asiáticos e, um pouco mais tarde, para a Europa, especialmente, na Grécia, com Anaxágoras.
Da quiromancia antiga para a moderna
Considerando todos os nomes que já citamos, saiba que a arte é citada no Livro de Jó, o que é algo que vem dos séculos VII e IV a.C. Depois, na renascença, a quiromancia era considerada praticamente uma arte proibida, como a necromancia, geomancia, aeromancia, etc.
No século CVI, ela praticamente exterminada pela Igreja Católica, com ditos papais. Mas, a gente chega até a Era Moderna, com a quiromancia lançada em livro, no ano de 1939, pelo capitão Casimir Stanislas D’Arpentigny.
Aí vem a fundação da Sociedade Quirológica da Grã-Bretanha, fundada em Londres por Katharine St. Hill em 1889 com a meta de sistematizar a arte. Nos Estados Unidos, a Sociedade nasceu em 1897 por Edgar de Valcourt-Vermont.
Os nomes mais modernos da quiromancia
Depois de todo esse histórico, leve em conta que surge um nome muito forte para a quiromancia no mundo, do irlandês William John Warner. Ele estudou vários gurus indianos e começou a praticar em Londres, tendo clientes famosos.
Entre eles, Mark Twain, Sarah Bernhardt, Mata Hari, William Ewart, Horatio Herbert Kitchener, Thomas Edison, Oscar Wilde, Grover Cleveland, entre outros.
Outro nome é de Edward Heron-Allen, que publicou “Quiromancia: um manual de cheirosofia”, no ano de 1883. E Wiliam G. Benham criou “As leis da leitura cientifica da mão”, em 1900. E em 1970, Parker Brothers lançou um jogo que avaliava a mão dos jogadores.
O quiromante e o quirólogo
Já entrando de cabeça na profissão, vamos só comentar aqui a diferença entre esses dois profissionais. O quiromante é o profissional que vai adivinhar o futuro ao ler a mão da pessoa. As ciganas são ótimos exemplos disso porque possuem uma espécie de leitura de energia.
Ou seja, as mulheres ciganas conseguem praticar a quiromancia intuitiva. O que quer dizer que elas não possuem conhecimento técnico para isso, somente a tradição de predições devido a um grau elevado de mediunidade.
Já o quirólogo é quem consegue decifrar o futuro a partir dos significados das linhas das mãos, do formato, do tamanho. Ou seja, através do estudo da quirologia (estudo cientifico das mãos). Para isso, é preciso ir além das técnicas de adivinhação.
O quirólogo é um profissional regulamentado?
Esse tópico é um dos mais complexos de ser explicado porque não basta dize “sim” ou “não”. Agora, se engana quem pensa que esses profissionais estão às margens da sociedade trabalhista. Tanto é que a Organização Internacional do Trabalho, da ONU, reconhece o ofício.
Desde 1989, o órgão diz que o quiromante é uma atividade profissional, onde cada país deve legislar conforme a sua Constituição Federal. Assim, há um histórico muito interessante aqui que mostra que em 100 anos, a profissão deixou de ser marginalizada e passou a ter código.
Ou seja, ela tem o código 5152 na Classificação Básica Internacional de Ocupações (ISCO). Desse modo, a profissão passou a ser possível de ser remunerada. Isso vale para quiromantes, numerólogos, cartomantes, astrólogos e outros que preveem o futuro.
E no Brasil
No Brasil, em 2002 houve a revogação do decreto de Lei que proibia a predição do futuro. Assim, o Ministério do Trabalho, com a Classificação Brasileira de Ocupações, passou a reconhecer o quiromante, tarotista, vidente e cartomante como ocupação remunerada.
A partir desse código apareceram as normas de conduta, ética profissional e abriu portas para uma possível regulamentação da profissão no futuro. Há, aliás, um estudo jurídico para oficializar isso. Por exemplo, a CBO já indicou o pré-requisitos: segundo grau completo.
Outra coisa é que é preciso ter pelo menos 5 anos de prática comprovada e atendimento ininterrupto ou 200 horas-aulas com professores ou em simpósios, etc. Também é provável que em breve existam os Conselhos Regionais.
Por onde começar?
O melhor começo sempre é em busca de conhecimento. Portanto, que tal começar por entender as técnicas? Isso porque a prática avalia a personalidade da pessoa ou da vida futura a partir da leitura da mão. Então, saiba que a mão tem várias linhas e os montes.
As unhas, as impressões digitais, os padrões da pele, a textura e a cor da pele também interferem na leitura – assim como formato da mão e flexibilidade dela. É por isso que as pessoas comessem a ler a mão pela que é dominante, podendo ser esquerda ou direita.
Isso porque ela está associada ao consciente enquanto a outra fica mais para o subconsciente. Depois, saiba que cada área da mão costuma estar relacionada a uma divindade e a área da atuação. As regiões dos dedos anelares estão associadas a arte e a riqueza, por exemplo.
As linhas das mãos
Mais um fato curioso para quem está começando a estudar a quiromancia. Saiba que as linhas das mãos indicam muita coisa. Tem a linha da vida, por exemplo, que vai dizer o quanto a pessoa vai viver. Ou seja, tem a ver com a vitalidade dela.
A linha da cabeça mostra a capacidade do intelecto da pessoa. Ela também pode dizer muito sobre o poder de concentração e a capacidade de resolver problemas. Quanto maior, melhor.
Outro bom exemplo é a linha do destino, que se relaciona com a postura do trabalho e com o futuro da pessoa. Se for curta, a pessoa é aquela que valoriza o presente. E há ainda linhas que indicam a saúde, os filhos e muito mais.
Curiosidades: os tipos de mãos
Para terminar o texto, a gente trouxe aqui uma curiosidade, que é para você ter uma ideia do quanto a quiromancia pode ser interessante. Por exemplo, atualmente há a mão elementar (dedos curtos e achatados e a palma tem formato retangular).
A mão psíquica (formato delicado, dedos finos e longos. A palma é estreita) é outra. Tem a mão filosófica (dedos longos, juntas marcantes, palma retangular e ossos grandes). A mão cônica (levemente arredondada e dedos finos) é mais uma opção. Entre outras.